O varejo brasileiro enfrentou mais um mês de retração em março de 2025, conforme apontam os dados do Índice do Varejo Stone (IVS). As vendas caíram 1,6% em relação a fevereiro e 1,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior, marcando o segundo mês consecutivo de declínio no setor.
O comércio eletrônico foi o segmento mais afetado, com uma queda significativa de 12,9% nas vendas em março. No comparativo anual, a retração foi ainda mais acentuada, atingindo 13,1%. Em contrapartida, o varejo físico apresentou uma leve diminuição de 0,1% no mês e 2,8% em relação a março de 2024.
Entre os oito segmentos analisados, apenas o setor de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo registrou crescimento, com alta de 2,2% nas vendas. Os demais setores apresentaram quedas, destacando-se:
Material de Construção: -5,5%
Tecidos, Vestuário e Calçados: -3,4%
Móveis e Eletrodomésticos: -2,7%
No comparativo anual, o setor de Material de Construção teve o melhor desempenho, com crescimento de 3,2%, seguido por Combustíveis e Lubrificantes, que avançaram 2,3%. Por outro lado, Livros, Jornais, Revistas e Papelaria sofreram a maior queda, com retração de 13,6%.
Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, atribui a desaceleração do varejo a fatores como o aumento do endividamento das famílias e a inflação persistente. “Esse aperto no orçamento, somado à inflação, tem pesado no consumo e ajuda a explicar a desaceleração do varejo nos últimos quatro meses“, afirma Calvelli.
A análise regional revelou que apenas sete estados apresentaram crescimento nas vendas em comparação com março de 2024, com destaque para:
Acre: +2,1%
Pará: +1,7%
Goiás: +1%
Por outro lado, o Rio Grande do Sul registrou a maior retração, com queda de 8,2%, seguido por Rondônia (-5,5%) e Rio Grande do Norte (-5,2%). O Maranhão foi o único estado a manter estabilidade, sem variação nas vendas .
A queda significativa no comércio digital acende um alerta para os empreendedores que atuam no modelo de dropshipping. A retração de quase 13% nas vendas online indica uma mudança no comportamento do consumidor, possivelmente priorizando gastos essenciais e reduzindo compras não essenciais.
Para se adaptar a esse cenário, é fundamental que os lojistas invistam em estratégias de marketing digital mais eficazes, diversifiquem seus produtos e busquem oferecer valor agregado ao cliente. Além disso, a análise constante do mercado e o ajuste rápido às tendências de consumo podem ser diferenciais importantes para manter a competitividade no setor.
Em resumo, o varejo brasileiro enfrenta desafios significativos, especialmente no comércio eletrônico. A compreensão desses movimentos e a adaptação às novas realidades do mercado serão cruciais para os empreendedores que desejam prosperar em um ambiente econômico em constante transformação.